Foi
isso que eu devia ter dito em resposta ao seguinte questionamento feito á mim
por uma moça: “Eu já “peguei” três e você nenhum, beije logo esse rapaz.”
Enquanto isso o citado rapaz tentava incessantemente me roubar um beijo. Mas no
fim das contas, não respondi nada, disse apenas não e dei um daqueles
sorrisinhos meio tortos, de canto de boca. Eu não estava envergonhada, muito
menos surpresa. Eu só achei que explicar aquela moça os motivos por quais eu
não saio por ai “pegando geral”, como ela mesma fala, seria perda de tempo.
Deixa ela levar a vida como bem entendi, não cabe a mim interferir em suas
escolhas. Essa é uma daquelas coisas que a gente só aprendi sozinho. Mas, mesmo
tentando levar na brincadeira, uma roda viva de pensamentos girava na minha cabeça.
Existe
uma coisa chamada limite e outra chamada amor próprio. Qualquer um sabe o que
essas palavras significam, o problema é que entre a interpretação dos seus
significados e o momento em que os pomos em pratica muita gente se perde. E se
perde não só na vida, mas, também de boca em boca por ai. Até que ponto
devemos nos preservar, guarda o nosso corpo e os nossos sentimentos? Até onde
devemos deixar rolar? Em que ponto a liberdade esbara no bom senso?
Realmente... Não é nada fácil ter essa percepção. Mas é preciso encontrar ao
menos um meio termo. É bem isso que eu quero dizer, deve haver um meio termo
entre o limite e o amor próprio.
Não
estou querendo bancar a careta que acredita que a mocinha deve se guardar e
esperar pacientemente o seu príncipe encantado. Por incrível que
pareça, eu nunca sonhei com isso. Até por que essas historinhas melosas são um
tanto quanto distantes da vida real. É por isso que sair por ai beijando todos
os sapos que te aparecem pela frente, na esperança de que um deles vire
príncipe, é fantasiar demais. Essas moças sim acreditam em contos de fadas. Só
que é com atitudes como está que elas deixam de ser a princesa e passam a ser a
“gata burralheira”. É isso mesmo que você leu, eu disse “gata BURRAlheira” e
não gata BORRAlheira.
Não
vejo nada demais em sair com os amigos para balada, querer chegar em casa podre
de cansada de tanto dançar, ou virar a noite num barzinho bebendo e jogando
conversa fora. Sou fã confessa desses programinhas, acontece que o fato de eu
querer extravasar não quer dizer que eu tenha que agir como uma dessas “gatas
burralheiras”. É bem verdade que eu não sou santa, não sou princesa! - Apesar
de muita gente fazer essa imagem de mim - Mas, também não me disponho a fazer o
papel da “gata burralheira”, tão iludida com a versão moderna do príncipe
encanto que perde a noção do limite, e joga para o alto seu amor próprio!
30/06/2012 ás 00;33
Obs -
Para quem não lembra gata borralheira é uma
garota que sofre, é injustiçada, mas encontra um príncipe encantado que lhe
transforma em princesa. Mas acredito que existam também as “gatas
burralheiras”, que são aquelas que - tentado não ser tão ofensiva – deixam de
usar a inteligência a seu favor!